O principal sintoma do ceratocone é a baixa de visão por causa da irregularidade da córnea. O paciente passa a ter um grau de astigmatismo irregular, que muitas vezes não consegue ser corrigido com óculos. Esse processo geralmente se inicia na adolescência.
Buscamos reestabelecer a visão do paciente. Primeiro tentamos os óculos, porém, em casos mais avançados os óculos não são mais eficientes. Nesses casos, a lente de contato muitas vezes consegue proporcionar uma boa visão para o paciente.
A doença é bilateral, ou seja, ocorre simultaneamente nos dois olhos e tem caráter progressivo. Porém, é comum que um dos olhos sofra mais ou menos essa mudança na córnea, de maneira assimétrica.
Para evitar a progressão do ceratocone, em primeiro lugar o paciente não deve coçar os olhos porque isso comprovadamente piora a doença. Nos casos de pacientes alérgicos é fundamental fazer o tratamento com colírios para evitar esse tipo de hábito.
Outro fator relacionado à progressão do ceratocone é a idade. Pacientes mais jovens tem mais chance de piora do encurvamento corneano, enquanto a partir de 30-40 anos a tendência é acontecer uma estabilização natural da doença.
O diagnóstico do ceratocone envolve o exame oftalmológico completo e exames complementares da córnea. Estudos mostram que 1 em cada 2.000 pessoas tem ceratocone.
Quando observamos nos exames a progressão da doença, existe um procedimento chamado Crosslinking que consiste na aplicação de radiação ultravioleta sobre a córnea embebida em vitamina B2. O crosslinking tem o objetivo de aumentar a rigidez da córnea e, com isso, controlar a progressão do ceratocone.
Caso não seja possível uma visão satisfatória com óculos ou com lentes de contato, existe a cirurgia de Implante de anel corneano intraestromal, que busca regularizar a córnea para uma nova tentativa de adaptação de óculos ou de lente.
Em último caso, quando nenhum desses tratamentos for viável, existe o transplante de córnea, que é uma cirurgia mais invasiva e mais complexa, que em muitos casos, é capaz de reestabelecer a visão. O fato de ter realizado o transplante não significa que a doença não possa ocorrer novamente.
O alerta mais importante é: Não coce os olhos! Esse hábito pode ser extremamente prejucidical à sua saúde ocular.
E se você tem algum parente de primeiro grau com ceratocone, não deixe de ir nas consultas anuais com o oftalmologista.
O diagnóstico precoce do ceratocone faz toda a diferença.